Mostrando postagens com marcador Motovelocidade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Motovelocidade. Mostrar todas as postagens

sábado, 8 de junho de 2013

Ciclomotores

O último Desafio foi fácil. O número 9 estampado na motinho mostrava a terceira geração da família Iwers participando do esporte a motor. Chris Iwers participou da categoria Ciclomotores entre os anos de 1988 e 89, sendo assistido por seu pai, o saudoso Henrique Iwers, que há dois anos nos deixou.
 
Os Ciclomotores faziam parte do Racing Day, evento que reunia num mesmo dia, provas de Opalas, Fuscas, Fórmula Ford e as motos, nas categorias Fórmula Gaúcha e Standard e que marcou época na história das competições em solo gaúcho.
 
Trocando algumas mensagens com o Chris, que me disponibilizou a imagem do Desafio feita em 1989 em Guaporé, ele trouxe um relato da sua maior recordação. Disse ele: "Em Tarumã foi sem duvida a PRIMEIRA etapa que mais me recordo, pois me marcou muito. Tínhamos problemas de vibração no motor que faziam "borbulhar" a gasolina no carburador, tornando uma novela carburar a máquina. Meu truque era ficar abrindo e fechando a torneira do combustível para melhorar os problemas de lenta. Só que na hora da largada eu ficava abrindo e fechando pra não morrer o motor. Resultado quando acendeu a luz verde: apagou o motor, olhei pra torneira e estava fechada. E todos se foram, e eu fiquei ali. Abri voando a torneira, saí empurrando, pegou e fuiiiiiii. Entre o Laço e a curva 9 eu passei 15 motos na primeira volta. E já cruzei em terceiro na primeira volta. Pra qualquer garoto naquela situação, a sensação de conquista era indescritível. Passei feliz na reta olhando meu pai que estava no muro fazendo sempre aquele gesto de "ACELERAAA".
 
Que bacana.
 
Abaixo alguns registros com um pódio de 1989, uma largada em Guaporé, Henrique e Chris, também em Guaporé e por fim uma do Ricardo Lazzarotto, que já apareceu por aqui, quando falou do pai, o também saudoso piloto Milton Lazzarotto.
 




Fonte das imagens: arquivos Chris Iwers e Ricardo Lazzarotto.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Bota com B maiúsculo

O retratista, escriba e piloto de aparelho, Vilsom Lambe-Lambe Barbosa, deixou um comentário sobre o Ronaldo Nique no post no qual citei o seu falecimento. O comentário é tão bacana e tão verdadeiro que é mais do que justo dar um destaque maior a ele. Vai Vilsom.

"Tive o prazer e a honra de fotografar e conviver com o Nique. Bota com B maiúsculo, bem grande, em negrito. Acelerava de moto, de carro, de repente, até "de a pé". Nunca esqueço dos tempos em que ele era propagandista do Laboratório Aché e foi para Tarumã treinar, no horário de trabalho. Como acelerava um monte, acho que fez o melhor tempo ou algo semelhante. Não deu outra: saiu no jornal o seu feito. O chefe viu, não gostou e mandou o homem para a rua, se não estou enganado. Este retratista também trabalhou no ramo, por isso nunca esqueci.

Muita gente não sabe, mas enfrentou um seríssimo problema pessoal, com a esposa. Posso não estar contando direito, mas, em resumo, ela ficou anos a fio em estado de coma e ele, ao contrário do que muitos fariam, sempre ficou a seu lado. Informaram-me que costumava, a cada aniversário dela, contratar maquiadora, cabeleireira, manicure, para que a deixassem o mais bonita possível, para comemorar. Depois de anos, infelizmente acabou falecendo.
Eu, que já o admirava como piloto, ao saber disso, tornei-me seu admirador como pessoa, como homem de bem, uma raridade.

Há poucos meses o encontrei nas Ferramentas Gerais, acompanhado da filha adolescente, sinal de que também era excelente pai. A grande maioria vai viver a vida e esquece esposa, filhos,o que é mais cômodo.

A gente fica triste ao ver tanto corrupto, ladrão, gente da pior espécie esbanjando vida e morrendo de velho, ao passo que as pessoas boas são chamadas antes da hora, deixando um vazio em nossas vidas.

Agora, lá pelo Céu, deve estar havendo um baita reboliço. É até capaz de haver gente cometendo o pecado da inveja, porque, na primeira corrida que houver por lá, podem estar certos de que ele vai incomodar os outros botas que também já se foram. Só que a gente aqui não sabe em que canal transmitem as corridas de lá.

Como consolo, só nos resta espichar o olho, na Curva Um de Tarumã, esperando o 53 aparecer na liderança ou colado no líder, quem sabe até tentando uma ultrapassagem por fora, coisa que na Um, só tenta quem tem aquilo roxo. E coração e alma do tamanho do Universo".






Todas as imagens abaixo, que mostram o Nique em ação nas duas ou quatro rodas, ou no lugar mais alto do pódio, foram feitas pelo Vilsom. Elas estão nos arquivos do Nique e me foram emprestadas para digitalização em 2008.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

53

O número 53 era sinônimo de velocidade, arrojo e público em pé. Fosse nas duas ou quatro rodas, o 53 sempre foi competitivo e conquistou inúmeras vitórias e títulos com Ronaldo Nique, um dos grandes da história do automobilismo e motociclismo gaúcho. 53 era a idade com a qual infelizmente ele nos deixou, na última sexta, após um acidente na Freeway. Uma triste notícia que recebi neste retorno do carnaval.

Grande figura, sempre brincalhão e querido por todos, vai deixar saudades. Nique dividiu seu vasto acervo fotográfico e inúmeras histórias com este blog que podem ser visualizados clicando aqui.


Fonte da imagem: arquivo Ronaldo Nique.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Alegria na Motovelocidade

Quem avisa é o meu grande amigo Henrique Mércio, direto lá de Bagé.

"Há uma semana, nos entristecemos com a tragédia do Marco Simoncelli e durante a semana os notáveis do blog recordaram as mortes dos nossos pilotos Lucio Flávio Macedo, João Luis da Silva e Ricardo de Jesus. Mostrando que Motovelocidade não é só tristeza, no último domingo comemoramos o bicampeonato do Gaúcho de Alvorada, Maico Teixeira, bicampeão brasileiro da categoria Hornet 600, e que levantou o título correndo em casa no Velopark.
Abraço do Caranguejo"



Muito bem lembrado, Caranguejo. E parabéns ao Maico pela façanha!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Triste fim de um campeão

Atendendo o pedido do Luiz Borgmann e a propósito do acidente que ontem infelizmente vitimou o italiano Marco Simoncelli, no GP da Malásia, lembro de um acidente semelhante ocorrido por aqui, mas que teve consequências ainda piores.

21 de Agosto de 1983. Tarumã recebia mais uma prova do Campeonato Gaúcho de Motovelocidade. A Fórmula Gaúcha - 125 cc era a categoria com maior número de participantes e disputas. Grandes nomes da modalidade participavam da categoria, como Pedro Mauro Guzinski, Rogério Xavier, João Luiz Goytacaz, Maria Cristina Rosito, Ricardo de Jesus, Aldo Mates entre outros, além do campeão de 1982 Lúcio Flávio Macedo.

Assim como no GP da Malásia, o acidente envolveu três pilotos, mas por aqui dois deles não resistiram aos ferimentos, vindo a falecer: João Luís da Silva e o campeão Lúcio Flávio. O terceiro envolvido foi Alexandre Ilha.

Nas imagens abaixo, é possível ver ao fundo os pilotos João (esquerda), Alexandre (centro) e Lúcio (direita).



Aquele foi um dos dias mais tristes na história do Tarumã. O dia de ontem idem para a história do esporte a motor.

Fonte das imagens: jornal Zero Hora.

terça-feira, 8 de março de 2011

Motocas II

Gostaram daquela relíquia trazida pelo Joel Schröder e publicada na semana passada? E que tal essa? Tem gente bem conhecida aí.


Sobre aquela da semana passada os pilotos eram o Henrique Iwers na moto #67, o Somis Manica "Chumbo" na #11 e o Horst Dierks na #21. O registro foi feito entre 1957 e 58. Fico devendo ainda a marca das motos, mas quando souber informo.

Fonte da imagem: arquivo Joel Schröder.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Motocas

Esse registro circulou nos e-mails dos Jurássicos, trazido pelo Joel Schröder. Dois dos três pilotos são bem conhecidos, principalmente pelos amantes dos 2T. Alguém arrisca um palpite?


Vou tentar descobrir quando e onde foi a tal prova.

Fonte da imagem: arquivo Joel Schröder.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Navegando pela web...

Encontrei esse achado inédito aos olhos do amigo aqui. Uma motoneta ou lambreta - não sei maiores detalhes - do piloto Valney Knack na inauguração do Autódromo de Tarumã. O registro foi publicado pelo Júlio Klafke.


Sei que naquele dia houve uma prova para motos vencida pelo uruguaio Carlos Cirintana, com uma Suzuki 500. Alguém lembra dessa motinho e desse piloto?

Fonte da imagem: arquivo Júlio Klafke.

sábado, 27 de novembro de 2010

Bibica

E por incrível que pareça ninguém acertou o último Desafio.

A resposta não era Nelson Piquet, mas sim, Aldo Mates, mais conhecido como "Bibica" no meio motociclistico. "Bibica", que deveria ser grande fã do Nelson, correu entre o final dos anos 70 e início dos 80.

Foi navegando pelo site do GP Gaúcho que encontrei os registros do piloto. Há duas semanas a Motovelocidade invadiu o Tarumã para a final do Campeonato Gaúcho em suas diversas classes e fui lá no site conferir os resultados. Foi naquela ocasião que o nosso querido "Perna" acelerou uma motoca na categoria Classic Bikes, que teve a vitória de outro fera, o "Bareta".

Entrei em contato com o pessoal do site e a Lorena de Moraes - que na época em que completou 18 anos comprou sua primeira moto, TT 125, na Casa Torpedo e foi para o Tarumã torcer pelo "Bareta" - gentilmente cedeu as fotos, com a colaboração do Alexandre Sampaio, para publicação por aqui.

Selecionei algumas. As demais podem ser vistas lá no próprio site do GP Gaúcho. A primeira logo abaixo fiz questão de publicar pois conheço o piloto da cinquentinha #97. Ele passa por aqui seguidamente e vai se identificar.










Valeu, "Bibica", Lorena, Alexandre!

Fonte das imagens: arquivo Aldo Mates, fotos Vilsom Barbosa.

domingo, 21 de novembro de 2010

Desafio da Semana

Essa é boa...

Nelson Piquet andando de moto em Tarumã. Fácil, né? Mas será ele mesmo?


Olha, com certeza, só o autor do retrato: meu amigo Vilsom Barbosa.

Sendo assim, mãos à obra!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

De volta às pistas?

E tentem adivinhar quem acelerou no último Domingo em Tarumã! Vocês, a turma aqui do estado ao menos, devem reconhecer a figura. Ah, para embananar mais ainda, a moto e o macacão eram emprestados.


Depois divulgo a fonte da imagem.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Há 35 anos

Aos poucos o blog do amigo Ronaldo Nique começa a mostrar raras e belas imagens de sua passagem pelas pistas. Há poucos dias nos presenteou com um vídeo da prova onde conquistou sua primeira vitória em Tarumã, no distante 1975. Legal demais. Gostei da trilha, Nique!




Fonte das imagens: arquivo Ronaldo Nique.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Alexandre Suedbrack

Me escreve o Caranguejo com os seguintes dizeres:

"Pra não dizer que não falo de motos, um herói pouco conhecido: o gaúcho Alexandre Suedbrack, vencedor da lª Etapa do Brasileiro de Motociclismo em 1978, em Tarumã, na Classe 350 Especial, a principal da Motovelocidade de então, derrotando os melhores, como Denisio Cararini, Claudio Girotto, Marco Greco e Antonio Bernardo N°."


O Suedbrack seguido participa do programa Bate Roda na Band AM 640. Dizem que ele foi um dos melhores nas motocas.

Fonte da imagem: revista Auto Esporte - arquivo Henrique Mércio.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Agora, as motocas.

Na última semana, o Mário Estivalét nos presenteou com algumas imagens do autódromo de Tarumã nos anos 70 e 80. Um dos posts foi todo preparado com o material da primeira apresentação da Fórmula 2 Sul-Americana em solo brasileiro em 1982. Na programação correram ainda a turma da Turismo 5000 e as motos. Só faltava um registro das motocas. Agora não falta mais, pois o próprio Mário conseguiu e enviou, junto com outros clicks feitos provavelmente no mesmo dia. Fala, Mário.

"Leandro, Viva!!!!
Realmente eu tinha uma, só uma, só umazinha foto da prova de motos. Está anexa. Não tenho a menor ideia de quem estava correndo.


Só como curiosidade estou mandando duas fotos de carros em Tarumã. Uma é de uma Puma 68/69, uma das primeiras (quatro cantos do para-brisas quadrados, sinaleira de Fissore), já modificada. Eu sabia de quem era este carro, mas com o passar das décadas, realmente esqueci. O outro é um Interlagos todo modificado, em 1982, provavelmente no mesmo dia da prova do Sul-Americano. Mecânica VW. O dono deste carro morava na rua Fernando Abbott, no Passo D´Areia, e acredite: tinha mais uns dois ou três carros modificados igual, só sem a tomada de ar. Me lembro de um azul e de um verde, todos com mecânica VW, hoje um crime!!!!!

Um grande abraço,
Mário Estivalét"



Pesquisando nos arquivos, encontrei a lista de inscritos da prova das motos. Era a Copa Lee 125 cc. Vejam os nomes e tentem identificar os pilotos da imagem.


Aproveitando o assunto, já que o pessoal comentou do carro do "Pimentinha" da Fórmula 2, que parecia uma Ligier, segue aí uma imagem dele, ao lado do Polar do Ronaldo Ely em Guaporé, que não sei se já tinha publicado antes. Se já, não é problema, pois é sempre legal ver esses carros de novo.


Valeu, Mário!

Fonte das imagens: arquivo Mário Estivalét, revista Pódium Graphic e arquivo Luiz Fernando Tróglio Jr.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

24h de Interlagos de 1975 - de moto

Vocês lembram dessa motoca? Era a Yamaha do Paulo "Arara" Araújo, que naquela prova fez dupla com o Délio Marodin (não sei de onde era) nas 24 Horas de Interlagos de 1975.


Pois faz pouco que o pessoal do blog Interlagos Antigo publicou esse vídeo sobre a prova. Na verdade são quatro vídeos - aproximadamente uns 35 minutos pelos quase 8 km do circuito paulistano. Em um deles encontrei a #35 dos já citados pilotos. Falei neles há algum tempo. Essa moto já foi personagem de um dos desafios aqui do blog.

Muito legal esse resgate. Vale a pena conferir.

sábado, 25 de abril de 2009

Nas duas e quatro rodas

O número do kart pode até ter atrapalhado um pouco, mas o pessoal matou a charada do último Desafio. Era mesmo a Maria Cristina Rosito, uma fera em todas as modalidades em que disputou.

Aquela imagem era de 1981, mesmo ano no qual ainda corria nas motos. Na imagem abaixo, também de 81, ela segue à frente, provavelmente de João Luiz Goytacaz.


Já falei dela aqui outras vezes. Procurem nos Marcadores que encontrarão.

Fonte das imagem: revista Pódium Graphic.

sábado, 25 de outubro de 2008

Pra matar os "veinho" de saudade

Como bem falou o Júlio Cordeiro, lá de Floripa, essas imagens do Nique são para matar a saudade de um tempo de grandes pegas nas motocas aqui no estado.

Aí vão mais uma penca delas, começando em 1979 na 125 cc Especial, mostrando também um pódio com Atílio Manzoli e David Hilgert.


Agora umas com o rival dentro das pistas e amigo fora delas, Rubem Di Giacomo.


Mais uma de um pega entre Nique, Hilgert e Manzoli, em 1980.


Já estamos em 1984, na Fórmula Honda 400 com mais um pódio também, onde identifiquei o Guzinski e o Ricardo de Jesus. Quem são os outros?


Encerrando a série de imagens das motos, com essas aí embaixo da Copa RD 350 de 1986 em Tarumã.


Aproveitando o embalo, não foi difícil identificar o carro do Nique no último Desafio. Era realmente na Turismo Especial Gaúcho, ex-Divisão 3 e futura Hot Car. A idéia desse carro, preparado pelo "Diko" durou pouco, mas o suficiente para o piloto dar um show com sua pilotagem agressiva e irreverente.

Pretendo publicar várias imagens dos Chevettes do Nique na próxima semana.


Fonte das imagens: arquivo Ronaldo Nique.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

As botas brancas e a moto destruída pelo fogo

Todo piloto, mesmo o dos bons, sempre tem um ídolo, ou outro piloto que serve como fonte de inspiração. O Ronaldo Nique admirava muito o venezuelano Johnny Cecotto, campeão mundial nos anos 70. A inspiração se dava em pequenos detalhes. Como as botas, por exemplo.

"O Cecotto usava botas brancas. Se ele usava, eu tinha de usar também, por isso eu mesmo pintei as minhas de branco, como as dele", me disse ele. Vejam abaixo.

Aproveitando o assunto, e já que estamos em 1979, o Luiz Borgmann lembrou que nesse ano aconteceu um acidente com o Nique, no qual a sua moto foi consumida pelo fogo. Foi mais ou menos assim que aconteceu:

Na segunda volta da segunda bateria da categoria 125cc, Ronaldo Nique entra mal na curva do Laço e cai. A moto #53 da equipe Motozuki, arrasta alguns metros e incendeia. Nique liderava a prova e enquanto sua máquina era destruída, protestava desesperado contra os organizadores da prova, pela deficiência e má localização dos extintores de incêndio.

Nique tinha demonstrado, ao completar a primeira volta, que estava decidido a recuperar a liderança perdida para Rubem Di Giácomo, Yamaha #96 da Equipe Unificado, na primeira bateria. Mas, logo após ultrapassar Di Giácomo, Nique não conseguiu fazer o câmbio ("a caixa trancou", diria ele mais tarde) e com a roda presa ele entrou na curva do Laço. Caiu e com o atrito, incendiou a gasolina. O sinalizador correu com um extintor, que o próprio Nique tentou usar, mas em vão.

Em seguida outros sinalizadores chegaram ao local, carregando cinco extintores de 25 kg, em uma camioneta e até mesmo moto. Mas foi tarde demais, não conseguiram evitar a destruição total da máquina. Nique ficou segurando o extintor que, segundo ele, estava vazio. E desesperado, anunciava que iria processar os organizadores. Ele chegou a levar o extintor que marcava que estava vazio, sem ter sido usado, como prova do seu desespero.

A moto, por incrível que pareça, foi recuperada e com ela, Nique conquistou o título gaúcho daquele ano.

Fonte das imagens: arquivo Ronaldo Nique.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Correndo no limite

Recentemente contei um pouco sobre a trejatória do Ronaldo Nique aqui no Blog. Tudo o que publiquei foi resultado de uma pesquisa feita nos arquivos pessoais. Foi possível ter apenas uma idéia e, é claro, nada se compara a estar ao lado de um cara como ele e ouvir seus "causos", enquanto se vê seus álbuns de fotografias, que qualquer pessoa que já acelerou um dia, tem muito bem guardado.

Como falei no último sábado, tive a chance de fazer uma visita à oficina dele e ficamos conversando - eu mais ouvindo - algum tempo.

Ao começar a ver o primeiro álbum, apareceram as fotos do seu ano de estréia, 1975, e ele logo tratou de contar como foi a sua primeira participação nas competições.

Ronaldo, então com 17 anos, foi acompanhar um amigo até Lageado e assistir uma prova de motocross. Havia vagas para pilotos estreantes e entusiasmado pelos amigos, resolveu se inscrever com uma moto emprestada. Resultado: chegou em casa com o troféu do primeiro colocado e a motivação para continuar. Foi o quarto na geral.

Quando se inscreveu para uma etapa do gaúcho de motovelocidade, uma semana depois, esbarrou na idade: faltava-lhe a autorização do pai, que só permitiu o cross, por julgá-lo menos perigoso. Mas a vontade de Nique era disputar velocidade. Assim não teve outra alternativa: no documento assinado e reconhecido pelo pai, ele tratou de acrescentar uma frase a mais que lhe garantia a presença. É claro que Ibraim Gonçalves, na época Presidente da Federação Gaúcha de Automobilismo, já sabia da manobra, mas diante da insistência e da vontado do guri, cedeu.

No seu estilo bastante agressivo, porém, ele apavorou todo mundo nos treinos de sábado, em Tarumã. Uma reunião foi organizada. Resultado: Nique havia sido suspenso antes mesmo de estrear. No domingo, enquanto todos os pilotos se preparavam para a largada, Nique aguardava, sem ser notado pela direção da prova, junto aos boxes. Dada a largada, ele ligou a moto, mas viu que a saída dos boxes estava fechada. O jeito, então, foi acessar a pista pela entrada dos boxes (!). Ele deu a volta e ainda passou pelas costas do Ibraim que acabara de dar a bandeirada da largada. O piloto saiu alucinado com sua moto e rapidamente alcançou os demais concorrentes, passando na primeira volta numa incrível segunda posição (!!). O motor da moto era um foguete, mas a inexperiência do jovem piloto, não considerou que um "canhão" daqueles não aguentaria muito. Correndo as primeiras voltas no limite, o motor quebrou logo em seguida e o piloto sabia que não poderia aparecer nos boxes. O jeito então foi encostar na curva do Tala, onde alguns amigos ergueram as cercas para que ele e a moto passassem por baixo.

O Ibraim estava furioso com o piloto e sabendo da quebra, entrou com seu Fusca na pista e ficou dando voltas procurando o "fugitivo".

Ele me disse que ainda hoje, quando os dois se encontram dão boas risadas sobre esse episódio.

Abaixo uma série de imagens, gentilmente cedidas pelo próprio Nique. Elas estão em ordem cronológica e começo com o ano de estréia, encerrando em 1979. A última mostra um protótipo da categoria 125 cc Especial, que utilizava peças de motos Honda, Yamaha e Suzuki, construído por "Nenê" Lobato, mecânico que o acompanhou em toda a sua carreira nas duas rodas. Com essa moto, Nique registrou o recorde para as 125 cc em Tarumã, com o tempo de 1min23s3, mesmo tempo obtido pelo piloto Otávio Miller.


Assim que possível, mais histórias do Ronaldo Nique.

Fonte das imagens: arquivo Ronaldo Nique.